Foto: Valter Campanato/Agência Brasil |
Nesta terça-feira (08), Márcia Lima anunciou sua saída do cargo de secretária de Políticas Afirmativas no Ministério da Igualdade Racial. Sua decisão foi motivada por descontentamentos com a forma como o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem tratado a divulgação das políticas de Igualdade Racial. Embora tenha elogiado a equipe de comunicação do ministério, que considera a mais competente da Esplanada, Márcia demonstrou insatisfação com a baixa visibilidade das ações da pasta no cenário nacional.
Márcia Lima afirmou que a forma como o governo tem comunicado as ações da pasta de Igualdade Racial não condiz com o lema “União e Reconstrução” adotado no terceiro mandato do presidente Lula. Para ela, a divulgação das iniciativas deveria ser mais estratégica e voltada aos públicos específicos, indo além da responsabilidade dos próprios ministérios. Márcia também criticou a cobertura da imprensa, destacando que os veículos de comunicação priorizam temas que não representam o que há de mais relevante no trabalho do ministério.
Márcia destacou como exemplo o programa Juventude Negra Viva, criado para enfrentar a vulnerabilidade e diminuir a mortalidade entre jovens negros. A iniciativa, sob coordenação da Secretaria-Geral da Presidência, reúne esforços de 18 ministérios e conta com um orçamento de R$ 660 milhões. No entanto, ela apontou que, mesmo após a orientação do presidente Lula para que os ministros incluíssem o programa em suas falas, houve pouca divulgação por parte das pastas envolvidas.
Márcia Lima também criticou o elevado número de ministérios — atualmente são 38 —, argumentando que essa configuração torna mais difícil a comunicação e a articulação entre as pastas e com o presidente. Para ela, essa estrutura fragmentada compromete tanto a execução eficiente das políticas públicas quanto a clareza na divulgação das ações do governo à população.
Para Márcia, uma articulação mais eficiente entre os ministérios teria o potencial de fortalecer a divulgação das políticas públicas e aprimorar a forma como a população percebe as ações do governo. Ela defende que a comunicação deve ser encarada como um compromisso coletivo, no qual todas as pastas colaborem para transmitir uma mensagem clara, integrada e impactante.