Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados |
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem ampliado sua atuação no cenário internacional, com foco especial em críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em sua mais recente viagem a Washington, nos Estados Unidos, ele se encontrou com membros do governo norte-americano e aliados do ex-presidente Donald Trump. Durante as conversas, foram abordadas possíveis medidas punitivas contra o ministro Alexandre de Moraes e outras autoridades do Brasil.
Durante a visita, Eduardo Bolsonaro contou com a companhia do influenciador e comentarista Paulo Figueiredo. A dupla levou às autoridades norte-americanas uma sugestão formal para o cancelamento dos vistos de entrada do ministro Alexandre de Moraes e de outros membros do Judiciário brasileiro. Segundo eles, essas autoridades estariam envolvidas em práticas de censura e perseguição política no país.
Eduardo Bolsonaro tem adotado uma estratégia em duas frentes para tentar influenciar o governo dos Estados Unidos. A primeira consiste em sugerir que Donald Trump, caso volte à presidência, edite um decreto impondo sanções nos moldes do que foi feito contra o procurador do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan. A segunda frente busca mobilizar apoio dentro de diferentes instâncias do Executivo norte-americano, como a Casa Branca, o Departamento de Estado e o Departamento de Justiça.
Os encontros aconteceram em um período em que os Estados Unidos anunciaram a imposição de novas tarifas sobre produtos importados, medida que também atinge o Brasil. Durante a visita, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo se reuniram ainda com Jason Miller, ex-estrategista de comunicação de Donald Trump e figura que já esteve na mira de investigações conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal no Brasil.
Atualmente vivendo com a família no Texas, Eduardo Bolsonaro tem demonstrado apreensão diante da possibilidade de o Supremo Tribunal Federal determinar a retenção de seu passaporte. Em entrevista recente, ele chegou a cogitar a hipótese de pedir asilo político nos Estados Unidos. Segundo Eduardo, seu sustento no exterior vem de recursos próprios, apoio financeiro do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e contribuições de amigos próximos.
Eduardo também se pronunciou sobre as tarifas anunciadas por Donald Trump, descartando a possibilidade de que tenham sido motivadas por retaliação ao Brasil. Ele sugeriu que a resposta do governo Lula deveria ser a redução dos impostos sobre produtos importados, como forma de enfrentar os impactos das novas medidas.
Paralelamente às investidas junto ao Executivo, Eduardo Bolsonaro e seus aliados têm apoiado uma proposta em tramitação no Congresso americano que busca barrar a entrada nos Estados Unidos de autoridades estrangeiras acusadas de ferir a Primeira Emenda da Constituição do país. A iniciativa conta com o respaldo de legisladores republicanos e integra um esforço mais amplo nos EUA contra práticas de censura e abusos cometidos por membros do Judiciário em outras nações.
A proposta reflete uma crescente inquietação nos Estados Unidos com a defesa da liberdade de expressão e tem como objetivo responsabilizar autoridades estrangeiras que, na visão dos defensores do projeto, estejam comprometendo esse direito essencial.