Nos bastidores, líderes do PT na Câmara reconhecem que devem enfrentar sua primeira derrota na Casa com a possível aprovação do projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro.
Diante da oposição anunciando ter alcançado 240 assinaturas, líderes petistas já admitem que os aliados de Bolsonaro devem alcançar as 257 assinaturas necessárias para viabilizar o pedido de urgência.
Apesar do número de assinaturas, a decisão final sobre colocar o pedido de urgência em pauta ainda depende do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Se ele optar por levar o requerimento à votação e este for aprovado, o projeto seguirá direto para o plenário, sem passar pelas comissões.
Hugo Motta, por enquanto, não demonstra intenção de ceder às pressões. Ainda assim, parlamentares governistas avaliam que, se o requerimento alcançar as 257 assinaturas necessárias, a votação da urgência será inevitável em algum momento.
A pressão sobre o presidente da Câmara aumenta a cada dia, especialmente por se tratar de um tema que ganhou repercussão nacional e vem recebendo apoio popular constante. Diante desse cenário, lideranças políticas avaliam que o projeto de anistia tem grandes chances de ser aprovado no Congresso e, eventualmente, sancionado pelo presidente Lula — mesmo que contrariado, como ocorreu no episódio da taxação do Pix, em que cedeu diante da forte pressão pública.