Bolsonaro Desmascara Alexandre de Moraes na OEA e Causa Pânico Entre Ministros

Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que teve um enconto presencial com membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) na manhã desta quinta-feira (13). Durante a reunião, ele compartilhou sua visão sobre o ministro Alexandre de Moraes. A comitiva da OEA, liderada pelo advogado colombiano Pedro Vaca Villarreal, buscou ouvir diferentes perspectivas, incluindo tanto críticos do magistrado quanto o próprio ministro, antes de conversar com Bolsonaro em Brasília.

Bolsonaro deixou o encontro confiante. “Conversamos por cerca de 50 minutos. Ele [Pedro Vaca Villarreal] se mostrou interessado no que eu falava e disse que vai fazer um relatório sincero sobre o que está acontecendo aqui no Brasil”, o ex-presidente destacou sua participação no encontro, onde também teve a oportunidade de dialogar com outros membros da delegação da OEA.

Pedro Vaca Villarreal é o relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Esse órgão integra a Organização dos Estados Americanos (OEA), da qual o Brasil é membro, juntamente com outros 33 países. A CIDH está investigando as denúncias feitas por Bolsonaro e parlamentares da oposição.

No depoimento a Pedro Vaca, Bolsonaro reiterou sua acusação de que o ministro Alexandre de Moraes manipulava testemunhos, praticava coleta indiscriminada de provas e realizava prisões sem o devido processo legal. O ex-presidente afirmou que isso configuraria uma "perseguição política" contra os adversários do governo, sendo concretizada por meio de investigações conduzidas pelo STF.

Existem indícios claros de que o ministro Alexandre de Moraes enfrentará, pela primeira vez, desafios significativos que podem colocá-lo em uma posição delicada. A visita da OEA ao Brasil resultará em um relatório detalhado sobre o comportamento do ministro do Supremo. Um dos fatores que sinalizam a profundidade desse relatório está relacionado a questões econômicas.

O governo dos Estados Unidos, liderado atualmente por Donald Trump, é o maior patrocinador da OEA. Além de ser aliado de Bolsonaro, o presidente norte-americano conta em seu círculo próximo com dois críticos de Alexandre de Moraes: o empresário Elon Musk e o estrategista Jason Miller, ambos sujeitos a decisões judiciais do ministro brasileiro.

De forma direta, Trump já reduziu trilhões de dólares destinados pelos EUA a ONGs e à USaid, a agência que apoia projetos internacionais. A liderança da OEA está ciente disso. Por uma questão de preservação de sua imagem, é provável que elabore um relatório que evite qualquer interpretação de negligência no tratamento do caso Moraes.

Neste ano, espera-se que os Estados Unidos destinem 52 milhões de dólares à Organização dos Estados Americanos. Esse montante representa 50% do total arrecadado pela OEA com as contribuições de todos os países membros.

Outro indicativo do que pode estar por vir foi revelado na entrevista de Pedro Vaca Villarreal a Sam Pancher, no Metrópoles. Durante a conversa, o representante da OEA afirmou ter ficado "impressionado" com a intensidade das acusações feitas por deputados, senadores e manifestantes que criticam Alexandre de Moraes.

“O tom dos relatórios é realmente impressionante. Temos que analisar isso com calma. Eles [STF] divulgaram um comunicado de imprensa sobre o encontro. Essa é a voz deles. Teremos a nossa mais tarde”, afirmou o representante da OEA.

Os relatos de manifestantes detidos no dia 8 de janeiro chamaram a atenção de Pedro Vaca, incluindo o de Cleriston Pereira da Cunha, que faleceu no presídio da Papuda após passar mal. Meses antes de sua morte, o gabinete de Moraes desconsiderou solicitações médicas e um parecer da Procuradoria-Geral da República que pediam a libertação de Cleriston Cunha. O relato foi feito por Luiza Cunha, filha do falecido, a representantes da OEA.

O relatório da Organização dos Estados Americanos será completo e minucioso. A questão é saber qual será o seu impacto. Se o documento, com repercussão global, causará apenas um pequeno desconforto ou gerará uma grande dor de cabeça para Alexandre de Moraes.

Antes de ouvir Bolsonaro, Vaca obteve os depoimentos do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e do próprio ministro Alexandre.

Redação

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