Câmara Vota Contra Cassação de André Janones Por Rachadinha

Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquivou, nesta quarta-feira (5), por 12 votos a 5, um processo contra o deputado federal André Janones (Avante-MG) por suposta quebra de decoro parlamentar. Janones era acusado de praticar "rachadinha" em seu gabinete, mas ele nega as acusações.

Desde 2021, a Polícia Federal (PF) investiga o caso, que está em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com as investigações, em 2019, assessores e ex-assessores do deputado teriam sido forçados a devolver a Janones parte de seus salários.

Há três semanas, o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP), relator da ação contra Janones, apresentou um parecer recomendando o arquivamento do processo, o qual foi reafirmado na reunião desta quarta-feira. Boulos argumentou que “não há justa causa” para o prosseguimento do processo, destacando que as denúncias surgiram antes do início do mandato de Janones na Câmara, em 2023.

“Em suma, vamos à tese esposada: não há justa causa, pois não há decoro parlamentar, se não havia mandato à época — o que foge do escopo, portanto, do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar”, escreveu Boulos.

André Janones participou da reunião e apoiou o relatório de Boulos, levantando a questão de se um deputado pode ser julgado por atos cometidos antes do início de seu mandato.

A sessão do Conselho de Ética também foi marcada por confusão e bate-boca entre deputados da base governista e da oposição. A tensão aumentou durante a análise do processo contra Janones, especialmente quando a deputada Jack Rocha (PT-ES) defendeu o arquivamento da ação, mencionando o caso de Nikolas Ferreira (PL-MG), cujo processo foi arquivado após uma fala transfóbica.

O bate-boca envolveu os deputados Delegado Caveira (PL-PA) e Juliana Cardoso (PT-SP), levando o presidente do colegiado, deputado Leur Lomanto Júnior (União-BA), a solicitar o esvaziamento do plenário, permitindo a permanência apenas dos deputados. Assessores parlamentares, jornalistas credenciados e visitantes tiveram que deixar o local.

Redação

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