Bolsonaro ressaltou que não teme julgamentos, mas destacou a importância de “juízes isentos”.
“Não faltarão pessoas para te perseguir, para tentar te derrotar, para te acusar das coisas mais absurdas, até de molestar uma baleia no litoral do Brasil”, afirmou Bolsonaro. Ele continuou: “Preferi voltar para o Brasil com todos os riscos que corro. Não tenho medo de qualquer julgamento, desde que os juízes sejam isentos”.
Bolsonaro voltou a questionar o motivo de ter sido considerado inelegível até 2030. O ex-presidente aproveitou para criticar a gestão atual, liderada pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva: “Eu sou um paralelepípedo no sapato da esquerda. Esse governo apoia o MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra]. No meu governo, o MST não teve espaço”.
De acordo com os registros de depoimentos sigilosos levantados pelo ministro Alexandre de Moraes, pelo menos dois deles colocam o ex-presidente Jair Bolsonaro no centro de uma suposta trama golpista. O general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, e Carlos de Almeida Baptista Jr., ex-comandante da Aeronáutica, afirmaram que Bolsonaro teria participado da elaboração da denominada "minuta golpista" ou estava ciente de sua existência e não tomou medidas para impedir. Pelo contrário, teria incentivado.
Os depoimentos dos militares e dos outros 13 envolvidos, que optaram por permanecer em silêncio durante as oitivas, usando os mesmos argumentos do ex-presidente, tornam a situação de Bolsonaro complexa perante a Justiça e a Polícia Federal.
Juristas e investigadores da Polícia Federal entrevistados pelo Metrópoles avaliam que as informações contradizem os discursos anteriores de Bolsonaro, nos quais afirmava não agir além dos limites da Constituição.
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