Ministro Silvio Almeida Foto: Reprodução/Nicolas Barbosa
No sábado passado (10), a escola de samba de São Paulo trouxe o enredo “Capítulo 4, Versículo 3 – Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano”. A estátua em homenagem a Manuel de Borba Gato, erguida em 1963 na Praça Augusto Tortorelo de Araújo, Zona Sul de São Paulo, já foi alvo de pichações e até incêndio.
Expressando uma perspectiva alinhada aos frequentes posicionamentos de movimentos de esquerda, a Vai-Vai afirmou em sua conta no Instagram, ao compartilhar uma foto da alegoria, que Borba Gato foi "um colono brasileiro, bandeirante paulista, sertanista, proprietário de escravizados e descobridor de metais preciosos".
– Nas viagens que [Borba Gato] realizava, para explorar novas terras, os grupos indígenas encontrados pelo caminho eram assassinados, as mulheres estupradas e os sobreviventes aprisionados e vendidos como escravizados – afirmou a agremiação sobre o bandeirante.
Em sua conta na plataforma X, antigo twitter, o ministro Silvio Almeida compartilhou que seu avô paterno, apelidado de Lorito, foi um dos fundadores e primeiros diretores da escola de samba Vai-Vai. Ele enfatizou que a Vai-Vai desempenha um papel significativo na história de sua família, sendo considerada uma das expressões mais vigororsas da cultura negra na cidade de São Paulo.
Durante o desfile ocorrido no sábado passado, a Vai-Vai incluiu uma ala denominada “Sobrevivendo no Inferno”, na qual os participantes se vestiram como policiais do batalhão de choque, exibindo chifres e asas vermelho-alaranjadas, representando simbolicamente demônios. Contudo, essa manifestação gerou insatisfação entre os deputados federais da Frente Parlamentar de Segurança Pública da Câmara.
– A que ponto chegamos? – questionou o deputado Alberto Fraga (PL-DF), presidente da bancada da bala e 1° vice-presidente da Comissão de Segurança Pública da Casa.
– Lamentavelmente, vivemos uma sociedade na qual a polícia é desvalorizada e humilhada diariamente – afirmou o deputado Sargento Portugal (Podemos-RJ), para quem a escola protagonizou um “escárnio com esses heróis anônimos da sociedade”, em referência aos policiais.
– Eu torço para que uma escola de samba que promove esse tipo de absurdo seja rebaixada. Não há justificativa para fazerem tamanha imbecilidade contra os policiais, categoria que rala diariamente, sob condições precárias, para proteger aqueles que eles nem conhecem – prosseguiu, por sua vez, o deputado Sargento Gonçalves (PL-RN).
O pré-candidato à prefeitura de São Paulo, deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP), declarou que sua agremiação introduziu elementos de "bandidolatria" em sua apresentação.
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