Lula e apoiadores Foto: Reprodução |
A ausência de uma agenda predefinida para a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Minas Gerais tem gerado frustração tanto entre os líderes do Partido dos Trabalhadores no estado quanto entre os auxiliares no Palácio do Planalto.
Nos corredores políticos, relatos indicam que interlocutores já expressaram suas queixas aos encarregados de organizar a agenda prioritária do líder petista, enfatizando a importância de incluir compromissos oficiais em Minas Gerais. No entanto, apesar dos alertas sobre o papel crucial que o estado desempenha como o segundo maior colégio eleitoral do país e sua contribuição essencial para a vitória de Lula nas urnas, tais apelos são sistematicamente ignorados.
A apreensão de colegas de partido e de alguns membros do governo concentra-se precisamente no pleito de 2024, quando os brasileiros escolherão novos prefeitos e vereadores. Grandes cidades do país estão previstas para replicar o cenário de polarização observado em 2022, tornando-se um indicativo significativo para as eleições de 2026.
Conforme anunciado por Lula, este ano ele dará prioridade a compromissos pelo Brasil, em detrimento de agendas no exterior. Durante o primeiro ano de seu terceiro mandato, o presidente visitou 24 países em 15 viagens, permanecendo fora por mais de dois meses. O plano atual inclui visitas a todos os estados brasileiros já no primeiro semestre, com o objetivo de acompanhar as realizações do governo.
Nesse contexto, na próxima quinta-feira (18), Lula inicia uma série de viagens pelo Nordeste, região onde desfruta de sua maior popularidade. Além da Bahia, o líder petista visitará os estados do Ceará e Pernambuco.
Os líderes do PT em Minas Gerais tinham a expectativa de que o petista iniciasse uma peregrinação pelo estado, o que acabou não se concretizando. Desde o início do seu terceiro mandato, o presidente não visitou o estado. No ano passado, uma agenda em Belo Horizonte chegou a ser planejada para o final de setembro, com a mobilização da base de apoio.
Pouco antes do evento, a visita ao estado foi cancelada devido à cirurgia no quadril de Lula, que havia sido adiada desde a campanha eleitoral. Uma comitiva de ministros do governo chegou para realizar uma maratona de atividades, mas o impacto não foi equivalente.
Em uma entrevista concedida na manhã desta segunda-feira (15) ao programa Café com Política, da FM O TEMPO 91.7, Cristiano Silveira, presidente do PT de Minas Gerais, expressou a expectativa de receber um indicativo sobre a data em que o presidente visitará o estado.
“Boa pergunta. Estamos aguardando também. O presidente Lula já havia indicado que viria a Minas, mas em decorrência da cirurgia que ele teve que fazer, adiou. E agora a gente aguarda da equipe dele um indicativo de nova data. Ainda não tem”, disse.
"Assim como há aquela campanha 'O Acre existe', sabe? Tem a campanha 'Minas Gerais existe'", relatou com irritação um interlocutor à equipe de reportagem de O TEMPO em Brasília. Embora não tenha fornecido detalhes sobre essa campanha em particular, deu a entender que tem sido uma das vozes no Palácio do Planalto defendendo a inclusão imediata do estado nas agendas do presidente da República.
Sob a condição de anonimato, ele destacou que perdeu a paciência devido à ausência de resposta e à observação de que Minas Gerais não está sendo incluída na elaboração das agendas do presidente da República.
Conforme relatou, aqueles encarregados de definir as agendas oficiais no Palácio do Planalto não têm uma proximidade significativa com o Estado, o que acaba resultando na consideração de outras regiões do país, como é o caso de São Paulo.
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