Miro classificou os atos do 8 de Janeiro como 'balbúrdia' | Foto: Wilson Dias/Agência Brasil |
O ex-ministro das Comunicações de Lula e integrante do PDT, Miro Teixeira, disse que os partidos de esquerda e a maior parte da mídia brasileira estão exagerando sobre o 8 de Janeiro. Em uma conversa com o Poder 360, o ex-parlamentar, de 78 anos, chamou as manifestações populares de “bagunça” e não de golpe.
“Imagine que essa bagunça virasse um golpe: por absurdo, Lula seria deposto, assim como Geraldo Alckmin (vice), Arthur Lira (presidente da Câmara), Rodrigo Pacheco (presidente do Senado) e os próximos na linha”, imaginou Teixeira. “Veja como tenho motivos para dizer que a democracia não correu perigo: precisaria de um passo seguinte, que é declarar a Presidência vaga. Quem faria isso? Não tem ninguém”, avaliou ex-ministro em entrevista a revista oeste.
Para Miro, o ex-presidente Jair Bolsonaro não poderia ser o líder citado, pois se ele realmente quisesse dar um golpe e contar com o apoio das Forças Armadas, teria feito isso durante o seu mandato, quando tinha acesso aos benefícios e recursos do cargo.
“Seria a manutenção do poder; em janeiro, já era”.Ele falou também que o fato de Lula não saber dos atos do 8 de Janeiro é uma “gravíssima” falha de comunicação e segurança. “Um presidente não pode ser pego de surpresa por algo que estava sendo divulgado dois dias antes nas redes sociais”.
Miro Teixeira
Conspiração nas Forças Armadas
De acordo com Miro, há indivíduos nas Forças Armadas que ainda não foram expostos e que participaram dos acampamentos da população em frente aos quartéis do Exército pelo Brasil.
Esses eleitores contrários à mudança de governo contavam, segundo o ex-ministro, com a conivência dos militares. “Acampamentos não são naturais ou democráticos”, condenou.