Cappelli Deixará Governo Lula em Meio a Polêmicas e Intrigas

Ricardo Cappelli, em entrevista ao Estúdio i  — Foto: Reprodução/GloboNews
Ricardo Cappelli Foto: Reprodução/ Globo News

A nomeação de Ricardo Lewandowski para o Ministério da Justiça não só altera a liderança, mas também reconfigura a estrutura da pasta. A possível saída do secretário-executivo, Ricardo Cappelli, próximo a Flávio Dino, é indicada por ele mesmo após conversa com Flávio às 10h. As informações são do Estadão, e Cappelli confirmou à CNN Brasil.

Lula considerou uma renovação ministerial, com Lewandowski focando na atuação institucional e Cappelli como super secretário-geral, responsável pela segurança pública, setor com a pior avaliação no governo, ocupando a maior parte do tempo da pasta. No entanto, Lewandowski aceitou o convite para liderar o ministério sob a condição de ter liberdade total na escolha da equipe, recusando assim a "renovação" proposta pelo presidente.

Cappelli já tinha férias planejadas e pretende viajar para reunir-se com a família nos Lençóis Maranhenses. No entanto, antecipou que, ao retornar, facilitará a transição para a nova liderança no Ministério da Justiça. "Ao retornar, conduzirei a transição normalmente no Ministério e seguirei com minha vida", afirmou.

Isso implica uma alteração nas políticas do ministério. PSB e Cappelli saem, dando lugar ao PT e a uma abordagem considerada "mais leve" na segurança pública. Um assessor de Dino ironiza, afirmando que "chegam os sociólogos do PT, que não têm afinidade com a polícia". Em sua perspectiva, a violência está fora de controle, não apenas no Brasil, citando o Equador, e requer "firmeza". Embora não expresse diretamente, sugere-se que, na visão desse assessor, os "sociólogos do PT" possam não adotar essa postura firme desejada.

Considerado para a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), o sociólogo Benedito Mariano, um dos fundadores do PT, rebate a opinião do assessor de Dino. Ele afirma: "Essa visão é preconceituosa. Sou sociólogo, sou do PT, e não é verdade que não gosto da polícia". Mariano também desempenhou o papel de ouvidor de Segurança em São Paulo, focando exatamente em abordar "excessos" policiais.

Mariano enfatiza sua experiência de 40 anos em segurança pública, sendo colunista do Estadão, onde já escreveu mais de 30 artigos sobre o tema. Um desses textos sugere a criação de uma Guarda Nacional permanente e civil para abranger todo o território nacional. O possível nome para a secretaria executiva é o advogado baiano Manoel Carlos de Almeida, que já teve colaborações com Lewandowski.

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