Barroso Critica Manifestantes Chamando-os de Quixotes do Mal e Aprendizes de Terroristas

O ministro do STF Luís Roberto Barroso
Ministro Luís Roberto Barroso Foto: Carlos Moura/STF

Luís Roberto Barroso, presidente do STF, condenou os atos de 8 de janeiro, referindo-se à destruição como um retrato de um "Brasil que não se assemelha ao Brasil". Ele caracterizou os responsáveis como "Quixotes do mal" e "aprendizes de terroristas". Durante a abertura de uma exposição sobre os eventos daquele dia, o presidente da Suprema Corte criticou veementemente o vandalismo que resultou na destruição do edifício-sede da instituição.

“Estamos aqui para manter viva a memória do episódio que remete ao país que não queremos. O país da intolerância, do desrespeito ao resultado eleitoral, da violência destrutiva contra as instituições. Um Brasil que não parece com o Brasil”, afirmou barroso.

Segundo o ministro, a destruição foi causada por pessoas aparentemente comuns, mas insufladas por falsidades e sentimentos antidemocráticos. "Aprendizes de terroristas", classificou.

“Vivem de inventar inimigos. Quixotes do mal. Falsos patriotas que não respeitam os símbolos da pátria. Falsos religiosos que não cultivam o bem, a paz e o amor. Desmoralizaram Deus e a bandeira nacional”.

Barroso também declarou que o STF se empenhará em assegurar a punição dos envolvidos. "Tratar com condescendência o que aconteceu é dar um incentivo para que os derrotados da próxima eleição, sejam quem forem, também se sintam no direito de depredar os prédios das instituições públicas. Estamos aqui para evitar que isso aconteça de novo", afirmou.

Em um evento com autoridades, Barroso proferiu um discurso semelhante, destacando que não há um "monopólio" do patriotismo. O presidente do STF acrescentou ainda que o Brasil necessita de um "choque de civilidade" e de "denominadores comuns" entre distintas ideologias.

“Precisamos de um choque de civilidade no país. Que todos os brasileiros, liberais, progressistas e conservadores, possam se unir em torno dos denominadores comuns que estão na Constituição. [...] Ninguém tem o monopólio do patriotismo ou do amor ao Brasil.”

A convite de Barroso, Rosa Weber proferiu um breve discurso em seguida. Encarregada de liderar os esforços de reconstrução da sede, ela mencionou que o 8 de janeiro deve ser recordado não apenas como o dia da Infâmia —termo que ela introduziu no ano passado—, mas também como o dia da Resistência. "A face da resistência constitucional da democracia, que permaneceu inabalada", declarou.

A solenidade ocorreu antecedendo o evento em referência aos acontecimentos de 8 de janeiro no Congresso Nacional. Além dos ministros do STF, compareceram Flávio Dino (Justiça, prestes a ocupar uma vaga no STF), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Paulo Gonet (Procuradoria-Geral da República) e os presidentes do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e STM (Superior Tribunal Militar).

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