Aldo Rabelo Foto: Pedro França/Agência Senado |
Há poucos políticos com histórico tão amplo quanto Aldo Rebelo. O ex-deputado federal esteve na câmara por 5 mandatos, presidiu a Câmara (2005-2007) e ocupou 4 pastas em governos petistas: Coordenação Política (2004-2005), Esporte (2011-2015), Ciência e Tecnologia (2015) e Defesa (2015-2016). Hoje, ele contesta a narrativa de um suposto golpe durante o 3º governo de Lula, chamando-a de "fantasia". Rebelo sugere que essa história é alimentada pelo PT para manter polarização e criar uma aliança Executivo-Judiciário contra o Legislativo.
"É conveniente para a polarização atribuir ao governo anterior a tentativa de golpe. Criou-se uma fantasia para validar esse sentimento que tem guiado a política. A baderna foi irresponsável e merece punição, mas associar uma tentativa de golpe a esses tumultos desacredita a instituição do golpe de Estado", afirmou o ex-ministro ao Poder360. Aldo Rebelo comparou os ataques de 8 de Janeiro ao movimento MLST, dissidência do MST, que em 6 de junho de 2006 invadiu a Câmara dos Deputados, danificou o patrimônio e feriu 24 pessoas, uma gravemente.
"Eles levaram um segurança à UTI, derrubaram um busto de Mario Covas. Dei voz de prisão a todos, tratando-os como baderneiros. Não foi tentativa de golpe. O que ocorreu em 8 de Janeiro é o mesmo", comparou Aldo, então presidente da Câmara dos Deputados. Segundo ele, a ideia de que Lula e a atuação do STF salvaram a democracia serve a outros propósitos. Ambos enfrentam desafios no Legislativo: Lula teve dificuldade em aprovar suas pautas em 2023, enquanto o Judiciário enfrenta projetos para reduzir seu poder.
“Atribuir ao STF a responsabilidade de protetor da democracia é dar à Corte uma função que ela não tem nem de forma institucional, nem politica. Isso atende às necessidades do momento. Há uma aliança do Executivo e do Judiciário em contraponto ao Legislativo, onde o Executivo não conseguiu ter maioria. É uma compensação“, concluiu Aldo.