Contas do governo Lula fecham 2023 com rombo de quase R$ 145 bi

📷: Ricardo Stuckert / Planalto

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerra o seu 1º ano do 3º mandato com um resultado fiscal negativo de cerca de R$ 145 bilhões, equivalente a 1,4% do PIB (Produto Interno Bruto). O valor poderia ser ainda maior, se não fosse pela exclusão do pagamento de precatórios, que será financiado com um crédito extraordinário de mais de R$ 90 bilhões.

Apesar de excluir essa despesa do cálculo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não conseguiu cumprir a meta de reduzir o deficit fiscal para perto de 1% do PIB, ou aproximadamente R$ 100 bilhões.

Haddad alega que parte do problema se deve à herança do governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), que deixou as contas públicas desequilibradas. Ele afirma que precisou compensar Estados e municípios pela queda de arrecadação com o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), no valor de R$ 16,3 bilhões. Ele também diz que foi necessário aumentar o valor do Bolsa Família, o que já estava previsto pelo governo anterior.
📷: Poder360

A última média das estimativas do mercado financeiro, divulgada na 3ª feira (26.dez.2023) pelo Boletim Focus, aponta que o deficit primário do governo será de 1,4% do PIB. A meta de Haddad foi anunciada em janeiro, quando lançou o pacote de ajuste fiscal.

Haddad prometeu que o deficit seria menor que 1% do PIB. Mas essa meta está fora de alcance. No penúltimo Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, de novembro, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, informou que o deficit ficará em torno de 1,4%, ou entre R$ 140 bilhões e R$ 147 bilhões.

O Prisma Fiscal do Ministério da Fazenda –que reúne a mediana das projeções de analistas do mercado financeiro– projeta que o deficit fiscal será de R$ 147 bilhões. Haddad declarou, em café da manhã com jornalistas, que várias verbas do Orçamento de 2023 estavam “sem cobertura”.
📷: Poder360

O governo Bolsonaro enviou o Orçamento de 2023 com um deficit de R$ 63,7 bilhões. Haddad mencionou que, além do deficit projetado e da falta de recursos para o Bolsa Família, faltava dinheiro para a Previdência Social. Segundo o ministro, não se trata de uma crítica ou acusação ao governo anterior, mas “de um fato real, concreto da realidade”.

Um dado é que as despesas do governo aumentaram acima da inflação. De janeiro a outubro, as despesas passaram de R$ 1,578 trilhões em 2022 para R$ 1,668 trilhões, um crescimento real (descontada a inflação) de 5,7%. As contas do governo registraram deficit de R$ 75,09 bilhões no período.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem

Formulário de contato